Pioneira na Argentina, em 2021 a Olivícola Laur foi considerada a número 1 em produção de azeites de oliva no mundo. Sua fábrica irmã, Acetaia Millán, iniciou em 2012 a primeira fabricação de aceto balsâmico do país.
Onde há vinhos, há azeite de oliva. Por vários motivos. Culturais, na medida em que o vinho, o azeite de oliva e o pão andam de mãos dadas em muitas mesas, principalmente aquelas de raízes mediterrâneas. Gastronômicos, por questões semelhantes às culturais, incluindo o grande potencial de equilibrar e complementar harmonizações. Relacionados com a segurança dos vinhedos, tendo em conta que as oliveiras podem funcionar como alerta para a chegada de pragas. Econômicos, uma vez que o ciclo da oliva se complementa com o da uva, permitindo manter parte dos trabalhadores do campo ativos todo o ano.
Por motivos como esses, e impulsionada por movimentos de valorização de produtos locais, nos últimos anos a Argentina viu crescer a qualidade de seus azeites de oliva de maneira exponencial. Inovação tecnológica e maior (re)conhecimento por parte dos consumidores foram fatores decisivos, que permitiram iniciar um movimento que veio a colocar os azeites de oliva argentinos entre os melhores do mundo.
Olivícola Laur, de pioneira na plantação de olivares ao melhor azeite de oliva do mundo
A história da olivícola Laur começou em 1889, quando Don Francisco Laur, imigrante francês, plantou as primeiras oliveiras na província de Mendoza, na microrregião de Maipú. O processo de produção de azeite de oliva era realizado de maneira tradicional, com máquinas e equipamentos para moer, prensar, filtrar e separar o azeite. Hoje em dia, o antigo galpão funciona como um museu, onde o visitante pode conhecer todas as máquinas utilizadas na época, além de objetos e mobiliário antigos.
Ver esta publicación en Instagram
Em 1996 foi iniciado o processo de modernização da fábrica, que passou a utilizar o método de centrifugação, tecnologia que permite extrair um azeite de oliva de alta qualidade, tipo extravirgem, com acidez inferior a 0,8%.
A partir dessa mudança, vieram os prêmios: 4ª melhor do mundo e número 1 de Argentina (2019); 3ª melhor do mundo (2020); 1ª melhor do mundo (2021). Grandes reconhecimentos, que colocaram a Argentina à frente de países tradicionais como Espanha, Itália, Portugal e França.
Acetaia Millán, produzindo aceto balsâmico na Argentina
O Aceto Balsâmico tipo Módena é uma exclusividade da Emília-Romanha, norte da Itália, correto? Não mais.
“Il oro nero di Modena” é uma DOP (Denominazione di Origine Protetta) que integra as tradições e história dessa pequena cidade ao norte de Bolonha, terra do Parmigiano Reggiano, do chef Massimo Bottura e de Enzo Ferrari. Seu nome não pode ser utilizado, mas seu processo de elaboração sim. E a família Millán, atual proprietária da olivícola Laur, assumiu esse desafio em 2012.
O processo segue a tradição iniciada em Módena: cinco barricas de tamanhos e madeiras diferentes: carvalho, castanho, cerejeira, fresno e acácia. O mosto de uva, após cozinhar em fogo lento, completa a primeira barrica até 80% de seu volume. Na medida em que o líquido evapora, passa à seguinte barrica, absorvendo distintos aromas e adquirindo uma textura cada vez mais espessa, até chegar a última barrica.
Em Módena, um Aceto Balsamico Extravecchio precisa de cerca de 25 anos para estar pronto. Um Affinato, 12 anos. A Millán iniciou sua produção em 2012 e estima que o primeiro aceto elaborado com método tradicional será engarrafado em 2027, após um total de 15 anos.
Felizmente, não precisamos esperar tanto para experimentar os produtos: assim como na Itália existem os IGP (Indicazione Geografica Protetta), elaborados a partir de reduções de seis, quatro, dois ou menos anos, a Millán já comercializa acetos balsâmicos de menor tempo de redução.
Olivícola Laur & Acetaia Millán: proposta enoturística
Ambas as fábricas estão no mesmo terreno, e a proposta enoturística inclui os dois produtos, tanto em visita como em degustação.
Na degustação, experimentam-se quatro tipos de azeites de oliva e dois tipos de aceto balsâmico, além de produtos locais (azeitonas, patês, pães) e vinho.
Para quem deseja estender a experiência, a Laur também oferece um asado de campo ao ar livre, com carnes, guarnições, empanadas e vinho.
Veja mais sobre a experiência de visita e degustação neste vídeo:
Ver esta publicación en Instagram
Mais informações no site da Olivícola Laur.
Veja a nossa Guia de Vinícolas Argentinas para visitar em Mendoza.
- Susana Balbo Wines & Restaurante Osadía de Crear: a coragem como ingrediente principal - maio 9, 2024
- Guia de Vinícolas Argentinas para visitar em Mendoza - abril 21, 2024
- LUI Wines: espontaneidade e atenção aos detalhes - abril 21, 2024